quinta-feira, 5 de julho de 2012

La Paz - 04/07/12 - Paragliding

Olá...
Estamos agora em Porto Alegre (iuhuull) esperando a hora do nosso ônibus que sai às 13h para Bagé. Agora falta pouco mas estamos ansiosíssimos para chegarmos em casa. Claro que se tivéssemos mais uma semana de viagem não teríamos essa vontade, mas agora que acabou só queremos chegar, tomar um banho e curtir nosso lar doce lar e nossos filhotes (Amanda, Rebeca e Nero).
Vamos ao nosso último dia em La Paz, último mas não menos interessante, porque fechamos com chave de ouro nossa viagem inesquecível.
Acordamos cedinho nesta quarta-feira e às 07:30h já estávamos em um táxi a caminho de uma praça na zona sul onde nos encontraríamos com nosso instrutor de paragliding, o Vitor. Ao chegarmos na praça descobrimos que havia mais um turista a voar conosco, um australiano.


Às 08:10h estávamos a caminho da montanha de onde partiríamos. Paramos para comprarmos água e tomarmos um táxi, por um probleminha no carro do instrutor. Nesse momento questionamos sobre o horário que estaríamos de volta, pois nosso ônibus partia às 17h e deveríamos estar no terminal às 16:30h e ainda tínhamos algumas coisinhas para arrumar e fomos informados que voltaríamos por volta de 14:30h a 15h. Como sempre as agências bolivianas, na ânsia de vender os pacotes a qualquer custo, acabam nos dando informações inverídicas, pois haviam nos dito que até o meio dia estaríamos de volta. Nesse momento ficamos na dúvida se iríamos ou não, afinal corríamos o risco de perder o ônibus. Após minutos de conversa com instrutor e com o outro turista decidimos que iríamos e que voaríamos primeiro para pegarmos um táxi de volta antes deles.
Assim, iniciamos a subida na montanha. Foram aproximadamente 30 minutos em uma estradinha bem estreita e íngrime cheinha de curvas até a chegada ao nosso ponto de despegue.
Nesse momento a adrenalina já estava a mil e devido ao peso eu seria a primeira a voar, fato que só aumentou a ansiedade e o frio na barriga. Tivemos muita sorte, pois normalmente o vento só começa a ficar bom para voarmos a partir de 10:30h, mas chegamos próximo das 10h e estava ótimo para iniciarmos.


Imediatamente o táxi desceu para esperar nosso instrutor e o mesmo já começou a preparar o equipamento. Recebi algumas instruções do assistente Luís e de cara já vi qual seria a dificuldade: é preciso correr muito rápido e com muita força para arrastar o instrutor e todo o equipamento e mais, não se pode curvar o corpo para evitar o risco de queda com a cara no chão. Somados a isso temos que calcular também a presença do equipamento que vestimos, uma espécie de mochila que no vôo serve de cadeira que fica atada desde o tronco até as pernas (e na corrida segura um pouco os movimentos). Na teoria era tudo simples, mas na prática.... Tive três treinos e nenhum deles foi 100%, mas o Vitor achou que seria suficiente.












Equipamento a postos estávamos prontos para a largada, mas ainda dependíamos do vento. Foram poucos minutos até termos as condições favoráveis, mas para mim pareceram horas. A cabeça a mil só pensava: "correr muito forte, passar os braços por dentro do equipamento, sentar e curtir..."
Enfim, o vento conspirou a nosso favor e escutei o Vitor me mandando correr, e corri, corri, corri e achei que não seria suficiente, mas quando menos percebi estávamos no ar e a sensação é MARAVILHOSA!!! Segui as instruções e pude pegar a máquina para aproveitar. Logo ao sair pegamos uma corrente de vento que nos possibilitou subir muito, e subimos girando, é muito divertido, em seguida começamos a plainar sobre toda a cidade lá embaixo e alguns minutos depois iniciamos a descida. É difícil mensurar o tempo lá em cima, mas acredito que ficamos em torno de 20 minutos no ar. Foi uma pena que após os malabarismos todos, quando iniciamos a descida, comecei a me sentir enjoada, fato normal segundo o instrutor que relatou que alguns turistas chegam a vomitar lá em cima, mas não foi o meu caso, apenas fiquei mareada e por conta disso acabei quase não tirando fotos, apenas filmando.


A aterrisagem é muito tranquila, ficamos vendo o chão se aproximar e dá um medo danado, mas é só levantar os pés e aterrisamos de bunda (só que há uma super proteção no equipamento, claro) e pronto!! Chega a ser engraçado. Aterrisamos em uma empresa de fornecimento de pedras, portanto, em cima do pedregulho todo que ajuda a frear assim que tocamos no chão. Segundos depois me dei conta de que havia acabado uma das experiências mais divertidas da minha vida.
Ajudei o instrutor recolher o material, é preciso colocar todo aquele pano e cordas em uma espécie de mochila e ele, que era bem magrinho (ainda bem porque temos que carregá-lo na corrida), foi embora carregando aquilo tudo nas costas, subiu no táxi que lhe esperava e partiu montanha acima para descer com o Pedro. Olhei em volta e não havia uma sombra sequer, mas havia um barranco de pedras, fui até lá, me encostei e fiquei repassando o que havia acontecido por uns 20 minutos até pegar no sono.
Acordei uns 20 minutos depois e já vi o táxi descendo a montanha, isso tinha um significado, estava próxima a descida do Pedro. Dito e feito, foram poucos minutos e logo avistei o paraglider descendo suavemente e, por óbvio, comecei a abanar os braços e gritar, os braços ele até viu, mas os gritos... sem chances... rsrsrsrs...
O vôo do Pedro foi um pouco mais tranquilo que o meu, principalmente porque ele não se sentiu tão enjoado, ficou um pouco mareado mas já bem no final e nada que atrapalhasse o passeio. Assim como eu, teve que fazer o teste da corrida, mas como era de esperar não teve a mesma dificuldade. Uma tentativa e já estava aprovado. A diferença entre os vôos foi que eu corri e levantei vôo rapidinho, já ele correu e levantou vôo, mas o paraglider baixou e ele teve que correr novamente até que acabou a montanha e eles caíram no penhasco, mas aí o vento os levantou. No restante foi o mesmo, uma sensação extraordinária de liberdade e gratificação.










Assim que pousaram, novamente ajudei o Vitor a recolher o equipamento enquanto o Pedro colocava suas impressões do vôo no livro do instrutor, em 5 minutos nosso táxi chegava, nos despedimos e voltamos para nosso hotel para prepararmos o que faltava das malas.
Por sorte chegamos no hotel por volta de meio dia, fato que nos deu tempo para irmos almoçar e preparar tudo a tempo, tomamos banho (precioso, porque o próximo será somente em Bagé, em 2 dias) e fomos para a rodoviária.
Ao tomarmos o ônibus para Santa Cruz de La Sierra, às 17h, questionamos o motorista sobre o horário provável de chegada e ele nos deu um baita susto dizendo que não havia horário estimado. Disse que podíamos chegar de manhã, de tarde, de madrugada, mas não dava para saber ao certo porque o caminho não era seguro. Ficamos um pouco preocupados, mas como tínhamos 20 horas até o nosso check in no aeroporto acreditamos que não teríamos problemas.
Na saída da cidade tivemos ainda um último evento para termos história para contar, nosso ônibus entrou em uma rua estreita e cheia de outros ônibus. Havia um deles estacionado na esquina e nosso carro dobrou a esquina passando muito rente a este que estava estacionado. Ocorre que uma moça muito da atrevida decidiu passar entre o carro parado e o nosso em movimento, mas o espaço não era suficiente, pior que a sujeita ainda tinha no colo uma criança. Bom, o resultado não foi muito bom, pela falta de espaço a moça foi prensada entre os dois ônibus e quebrou a lanterna do ônibus estacionado com o rosto peerdendo um dente. Por sorte a criança nada sofreu, mas a mulher toda ensanguentada deu um show na rua. Como se ela tivesse alguma razão. Foi um susto, mas nada de pior aconteceu, afinal, o que é um dente quando a vida de uma criança estava em risco?



O restantante da viagem foi tranquila na medida do possível e chegamos em Santa Cruz quase ao meio dia, fomos para o aeroporto, fizemos check in e ainda pudemos comer um sanduíche antes de embarcar.

Até mais...

La Paz – 03/07/2012 - Montanha Chacaltaya

Olá....
Estamos no aeroporto em Santa Cruz de La Sierra agora e em meia hora estaremos voando para Assunción (PY), mas ainda hoje chegamos ao Brasil, mais especificamente em São Paulo (Guarullhos) e nosso vôo para Porto Alegre é amanhã cedinho.
Vamos continuar contando os últimos dias em La Paz...
Acordamos na terça-feira, tomamos café da manhã e descemos para a recepção do hotel até que às 08:40h nosso guia veio nos buscar para nosso passeio até a montanha Chacaltaya.
No ônibus descobrimos que éramos na maioria brasileiros e fomos batendo papo até a montanha, onde chegamos cerca de 1 hora e meia depois passando por uma estradinha tão estreita e pedregosa que em alguns momentos acreditamos que o ônibus iria cair barranco abaixo.



Ficamos um pouco decepcionados porque achamos que encontraríamos a montanha coberta de neve, mas quando subíamos nosso guia explicou que no inverno é a época que há menos neve em razão do tempo seco e de muito sol e que as nevascas ocorrem somente no verão, mas claro que a agência não nos avisou isso antes.






De qualquer modo, mesmo com pouco gelo valeu a pena o passeio. Chegamos na montanha de ônibus e de lá subimos até o topo, chegando a aproximadamente 5.400m de altitude, definitivamente o lugar mais alto que chegamos em toda a viagem. Como é de se esperar, nessa altitude a subida é muito difícil. Temos na montanha 50% menos de oxigênio do que ao nível do mar e isso faz MUITA diferença. Mas chegamos, e a vista compensa. É muito lindo!!
Após a montanha partimos para o Vale de La Luna, que fica do outro lado da cidade na zona sul de La Paz. Aliás, não podemos deixar de dizer que a zona sul de La Paz é uma outra cidade quase. É tudo limpo (na medida do possível), lindo, quase sem buzina, o trânsito é muito mais calmo, as casas enormes.... enfim, é a zona mais rica da cidade.
O Vale da Lua era uma região alagada há milhares de anos atrás e hoje é composto por montanhas composta basicamente de areia e argila, em razão da erosão do vento e da chuva o vale muda constantemente ano a ano e apesar de já termos visto muita coisa bonita durante todos os nossos passeios, é uma imagem intrigante.




Após o Vale voltamos para nosso hotel e aproveitamos o restante do dia para passearmos pela cidade e, claro, fazer mais umas comprinhas.
Fomos jantar e no caminho vimos que a igreja São Francisco estava aberta, é uma igreja enorme e muito bonita, entramos e tiramos umas fotos até que um senhor veio em nossa direção abanando os braços e com uma cara furiosa, praticamente nos expulsando da igreja, foi aí que nos demos conta que era proibido tirar fotos dali, pior que havia uns 2 cartazes avisando que era proibido, rsrsrsrs....
Jantamos e fomos para o hotel arrumar nossas malas e descansar porque no dia seguinte tínhamos paragliding e às 17h nosso ônibus para Santa Cruz de La Sierra (onde estamos agora) em nosso início da volta para casa.



Até mais...

terça-feira, 3 de julho de 2012

La Paz – 02/07/2012

Olá...

Dia de compras!!!!

Nessa segunda-feira acordamos por volta de 9h, tomamos café da manhã, arrumamos as malas e trocamos de hotel (para um mais baratinho, pois agora já estamos voltando).

Em seguida partimos para a cidade para as compras de alguns souvenirs de lembranças. Andamos muito, muito mesmo. Nas ladeiras de La Paz subimos e descemos, com ar e sem ar rsrsrs... Comemos um sanduíche de almoço e seguimos passeando. Aproveitamos para comprar roupas de frio porque aqui é tudo muito mais barato, pena que temos os limites de peso da companhia aérea.

Fomos à agência de turismo e compramos um passeio para terça-feira (03/07/12). Vamos à montanha Chacaltaya, uma antiga pista de Sky que hoje, como não há mais gelo suficiente, é um ponto de turismo para visitas. E advinha o que vamos fazer lá em cima??? Um pouquinho mais de trekking.... rsrsrsrsrs.... vamos subir caminhando até o topo da montanha que chega a 5.421m, uma despedida da nossa viagem. Depois visitamos o Vale da Lua e voltaremos. A previsão de término é às 16:30h. Estamos animadíssimos. Já ficamos na montanha em meio a floresta, no deserto árido e congelado, agora só falta a neve. NÃO!!! Na verdade compramos um outro passeio hoje para fazermos na quarta-feira, nosso último dia aqui em La Paz e esse sim é MASSA!! PARAGLIDING! Aí sim, não vai faltar mais nada... Depois dos passeios em terra fecharemos com chave de ouro com um passeio no ar e o mais legal disso é que há como levarmos a câmera e filmarmos todo o vôo que dura de 25 a 40 minutos. Não vejo a hora!!!

Bem, enquanto não chega vamos continuar com os relatos de segunda-feira, vimos duas coisas que me chamou a atenção. A primeira foi um protesto feito por uma mulher em plena praça no centro da cidade, até aí tudo normal, o detalhe é que ela não usava blusa ou sutiã, estava simplesmente nua da cintura para cima e batia com a cabeça no chão e gritava, mas não nos pergunte contra o que protestava, pois não tivemos coragem de chegar perto para saber.

A segunda coisa inusitada que presenciamos foi uma manutenção na rede elétrica em horário de pico, em cima das barracas de metal por onde fazíamos compras com um operador sem nenhum tipo de proteção, nem mesmo luvas. Coisas que só se vê na Bolívia. E em uns países mais... rsrsrsrrs....

Fora isso o dia correu normal. Terminamos as compras e fomos jantar em um restaurante delicioso. Um bom prato acompanhado de um vinho para relaxarmos, afinal, já são 20 dias de experiências maravilhosamente incríveis.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

La Paz - 1º/07/12 - Cholitas Wrestling

Olá...

Vamos ao nosso primeiro dia de volta a La Paz, dessa vez nada de passeios aventureiros, mas isso não quer dizer que não teve emoção....

Como havíamos chegado do Salar de Uyuni às 6:10h e a viagem não foi muito tranqüila o suficiente para descansarmos, resolvemos ficar no hotel até mais tarde para nos recuperarmos.

Por volta de 13h saímos para almoçarmos e decidimos comer apenas um sanduíche em uma lanchonete bem charmosa próxima de nosso hotel.

Alimentados, procuramos uma agência e compramos duas entradas para um show apresentado todos os domingos em La Paz chamado “Cholitas Wrestlings”. É, digamos assim, um MMA boliviano. Um show a parte.

Voltamos para o hotel por volta de 15h para assistirmos um pedacinho da Euro Copa e às 16h o guia veio nos buscar no hotel. Tomamos um ônibus próprio do show que busca os turistas e fomos com mais uns 20 gringos para a apresentação. Andamos cerca de 1 hora e paramos em um mirador na cidade alta com uma vista muito interessante de La Paz. 3 minutos para fotos e seguimos nosso caminho até chegarmos ao nosso destino em 20 minutos.




O show é algo completamente fora do comum. Só mesmo os bolivianos para bolarem uma palhaçada como essa. Temos um ring de luta, um juiz ladrão e dois combatentes que são hora homens com homens, ora homens com Cholas e hora Cholas com Cholas. É muito divertido pois há a interação da platéia. Os turistas ficam nas primeiras filas e os bolivianos nas filas de trás e em certo momento (principalmente quando os homens batem nas mulheres) a platéia enlouquece e começam a atirar de tudo no ring. Até bergamota rolou por cima das nossas cabeças. No geral é um show ensaiado, mas há horas que apelam de verdade. Na luta de Chola com Chola elas rolaram por cima da platéia, derrubaram as barras de proteção, quebraram garrafas de água umas nas outras molhando todo mundo na volta (inclusive o Pedro), derrubaram cadeiras, foi um fiasco. Mas deu para rir bastante e em 2 horas e meia estávamos voltando para o hotel.










Na volta para o hotel, por um momento pensamos que seria um dia normal em nossa viagem tão agitada, de anormal apenas as “Cholitas Wrestling” que era como um show de comédia e nada mais. Ledo engano!!!! Lembram de quando comentamos, lá no primeiro dia que chegamos em La Paz, que o trânsito aqui era uma loucura???? Pois é, é tão louco que já havíamos nos acostumados com ele. Mas nesse dia voltamos a nos lembrar, e vou explicar-lhes o porquê.

Eis que voltávamos do show por uma avenida muito movimentada, um pouco estreita, na descida, cheia de curvas e um tanto rápidos, vínhamos em nossa faixa corretamente quando em uma das curvas enquanto eu admirava o caminho pela janela, um taxista que vinha muito rápido não conseguiu fazer a curva fechada e BUMMMMM!!!! Acertou em cheio o nosso ônibus. Isso mesmo!!!! Nos envolvemos em um acidente de trânsito em plena La Paz, isso sim é uma viagem agitada. Por sorte ninguém se machucou. Apesar de a passageira do táxi ter ficado um pouco em choque, fisicamente não houve nada, mas o táxi deu game over, tudo bem que já era um projeto de carro, um caco, mas a parte da lataria que bateu virou pó.

Agora o mais impressionante de tudo isso: menos de 1 minuto da batida já havia um policial no local sinalizando e anotando as placas dos veículos, kkkkkkkkkkkkkkkkkk.... JURO!!! Menos de um minuto depois. Quem disse que a polícia boliviana não é eficiente??? Eles compram DVD pirata em pleno centro enquanto fardados, mas se houver um acidente, antes de acontecer eles já tem as placas dos veículos envolvidos anotados no bloco, rsrsrrsrsrs...

Passado o susto chegamos ao nosso hotel e em razão do ocorrido preferimos não sair para jantar, pedimos uma pizza, jantamos e fomos descansar.

Estamos chegando ao fim....

Abraços...