quarta-feira, 27 de junho de 2012

Cusco e saída para La Paz

Olá... estamos indo para o deserto de sal (Salar de Uyuni) hj a noite e já fizemos check out do nosso hotel, portanto, asssim que terminarmos nosso almoço não teremos mais internet e não sei dizer por quanto tempo, pois sinceramente não sei se há internet no salar. Assim, segue um resuminho dos nossos últimos dias...

Acordamos em Cusco (24/06/2012), tomamos um banho e fomos nos encontrar com os meninos (Marcos, Mateus e Marcus) na agência que fizemos a trilha inca. Lá nosso guia da trilha, Ciro, que nos acompanhou na festa “Inti Raimy” que é a festa mais importante da cidade de Cusco onde contemplam e agradecem ao Deus sol.

A festa é bem folclórica e muito organizada. Participam centenas de pessoas representando todas as entidades incas. Começou no “Coricancha”, o templo do Deus sol que já havíamos visitado, depois vão dançando para a praça de armas e de lá seguem para “Saqsayaman” também já citado aqui no blog.

Fomos só até a praça de armas porque o tempo estava muito nublado e ficamos com medo de chover, sem contar que não haveria espaço para tantas pessoas na montanha do Saqsayaman.

Saímos da praça e almoçamos junto com os meninos e de lá fomos conhecer o Mercado São Pedro, um tipo de mercado municipal que vende de tudo... tudo mesmo!! Desde papel higiênico, flores, comida, castanhas, roupas, artesanato, até cabeça de porco e restos de cordeiro. Definitivamente não é uma parte bonita de Cusco. Fomos para o hotel descansarmos um pouco.

Nos encontramos à noite no hostel do Marcos que fez macarronada de janta para nós. Além dos meninos se juntou a nós a Suzan e voltamos a ser nós 6. Conversamos, rimos e passeamos pela cidade. Por fim, nos despedimos, uma triste despedida que já está dando saudades.Fomos para o hotel e dormimos.

No dia seguinte (25/06/2012) saímos cedo para o passeio do Vale Sagrado, que inicia às 09:00h e terminou às 19:20h. É um passeio por 4 províncias de Cusco (Pisac, Urubamba, Olantaytambo e Chinchero) onde conhecemos sítios arqueológicos e aprendemos a arte de tingir tecidos. Confesso que nos arrependemos de sair para esse passeio, pois depois de conhecer Machupicchu tudo fica um pouco sem graça. Mas mesmo assim valeu a pena.

Chegamos e fomos jantar um fast food delicioso, depois fomos comprar umas coisas que faltavam (pisco de coca, lembranças e souvenirs), buscamos nossa bagagem no hotel e fomos para o terminal pegar o ônibus para La Paz.

Decidimos excluir do nosso roteiro a cidade de Arequipa, pois teríamos pouco tempo e desviaríamos muito a rota. Assim viajamos a noite toda até Puno, trocamos de ônibus e fomos a Copacabana onde trocamos de ônibus novamente e chegamos em La Paz às 17h aproximada mente de ontem (26/06/2012). Um fato marcante dessa viagem? Estava acontecendo um protesto dos metalúrgicos e professores e fecharam a estrada de Puno para Copacabana e tivemos que descer do ônibus e andar uns 400m passando por uma área de despejo de esgosto, foi HORRÍVEL!!!!

Enfim, estamos em La Paz, a altitude aqui é muito maior e já essa noite não me senti muito bem, mas já tomei os remédios e estou bem melhor, para completar estou um pouco resfriada provavelmente pelas mudanças de temperatura, porém não é nada de grave, coisas cotidianas. Almoçamos em um restaurante maravilhoso e na vinda para cá passamos por uma praça onde dois grupos políticos adversários gritavam e se xingavam, rsrsrsrs... coisas da Bolívia.

Nosso ônibus sai para o Deserto de Sal às 19:00h e chegamos lá por volta de 06:30h de amanhã. A aventura promete!!! Serão 3 dias e 2 noites no deserto viajando de jipe. A altitude é acima dos 3.800 m e todos dizem que é muito difícil de respirar. Encontramos um casal de brasileiros na rodoviária que moram aqui na Bolívia e eles disseram para nos prepararmos porque pegaremos até -20º à noite. Estamos muito ansiosos!!!! Postaremos as fotos desse último post assim que voltarmos... Pensamentos positivos para nós e nos desejem sorte!!

Um abraço grande e cheio de saudadesss!!!!

Até a próxima....

Waynapicchu

Olá...

Continuamos nossas subidas de montanhas em nosso 5º dia (23/06/2012), quando subimos a montanha Waynapicchu...

Após uma noite bem dormida em uma cama aconchegante e muito macia, acordamos por volta de 7 da manhã para podermos tomar mais um banho quente. Tomamos nosso café e fizemos check out do hotel às 9h. Quando nos preparávamos para partir para Machupicchu para a subida na montanha Waynapicchu a gerente do hotel nos pediu para conferirmos nossos tickets de entrada e SURPRESA!!!!! Nossos tickets eram para entrarmos das 7h às 8h e nosso guia tinha nos dito no dia anterior que era das 10h às 11h. O cansaço e o excesso de confiança nos fez deixar de conferir.

Saímos correndo como loucos do hotel, compramos as passagens para Machupicchu e partimos no primeiro ônibus que saía, já eram 09:30h. Chegamos em Machupicchu às 09:55h, entramos e atravessamos aquela cidade maravilhosa quase correndo, pois Wynapicchu fica do outro lado. Ao chegar entramos na fila como se não soubéssemos que nosso ticket não era para aquela hora e quando o funcionário nos disse que estava errado utilizamos toda a nossa experiência de jogadores de truco e dissemos: “por supuesto que no”.

Então deu certo!!! NÃO!!! Rsrsrsrsrs....

Ele nos mandou esperar sentados em uma pedra ao lado até que a fila terminasse e ficamos lá com a maior cara de “não acredito que isso está acontecendo”.

Após todas as pessoas com tickets corretos entrarem o rapaz veio até nós questionar o motivo de não nos apresentarmos na hora certa. Por sorte nosso colega catarina Marcos estava saindo naquele momento da montanha e desenrolamos um diálogo de indignação contando a ele que nosso ticket era para de manhã. Acredito que deu certo, pois ao ouvir nossa conversa nossa entrada foi autorizada.

Começamos nossa subida às 10:45h. Waynapicchu fica a quase 3.000 metros de altitude e levamos 40 minutos para chegar ao topo, com direito a passarmos por um túnel tão pequeno que quase rastejamos.

Foi uma subida cansativa, mas como sempre valeu a pena cada degrau. Além da linda vista que engloba as montanhas e Machupicchu lá embaixo, o topo é cheio de enormes pedras onde podemos ficar descansando sob o sol com a sensação de estarmos no topo do topo. Confesso que senti um pouco de frio na barriga, pois além de muito alto temos que passar de pedra em pedra sem segurança nenhuma.

Enquanto descansávamos tivemos uma sensação de sermos um pouco fracotes, pois um senhor com seus 70 e tantos anos passeava de pedra em pedra como se caminhasse na rua plana, após mais alguns minutos chegou ao topo outro senhor ainda mais idoso que também vencera a montanha. Assim, podemos ver que para conseguir basta querer.




Após 40 minutos de contemplação iniciamos a descida e mal sabíamos que seria uma das piores partes. Os degraus até o topo eram muito pequenos e estreitos, mal cabia metade do pé e há uma parte tão íngreme que devemos segurar nos próprios degraus para descer. Quase como uma escalada. Após a parte difícil os demais degraus são fáceis de vencer, sem contar é claro, com as dores nas panturrilhas do Pedro e meus tornozelos inchados. Mas no final tudo deu certo.


Com mais uns 45 minutos estávamos assinando o livro de saída da montanha. Nosso amigo Marcos nos esperava na saída e após uma descansada rápida podemos mais uma vez explorar aquela beleza que é Machupicchu. Aproveitamos para tirar muitas fotos e registrar nossa passagem por uma das maravilhas do mundo.

Nós e nosso amigo catarina Marcos


Tomamos o ônibus de volta para Águas Calientes onde encontramos o restante da nossa turma (Marcus e Mateus), almoçamos um sanduíche, buscamos nossas malas no hotel e fomos para a estação de trem. Às 17:27h partíamos para a estação de Poroy em um trem confortável e divertido com direito a desfile, danças típicas e lanche. Em Poroy uma van nos esperava para nos levar a Cusco. Chegamos às 21h totalmente cansados. Pedimos uma pizza pelo hotel mesmo e nem me lembro quantos pedaços comi, pois já estava dormindo quando chegou e não acordei completamente para comer. Dormimos um sono cansado, mas muito confortável.

Trilha Inca - 4º dia

Olá...
Vamos ao nosso último dia da caminhada inca...
QUARTO DIA: A RECOMPENSA!!!

Como combinado acordamos às 03:30h e em 15 minutos estávamos fora das barracas, escovamos os dentes, tomamos café e mais que depressa seguimos para o ponto de controle. Chegamos lá às 04:45h e já haviam 75 pessoas na frente do nosso grupo. Esperamos até a abertura dos portões às 05:20-05:30h, atravessamos e seguimos rumo a Machupicchu.
A caminhada foi em boa parte no escuro e utilizamos as lanternas para enxergar, mas logo começou a amanhecer e pudemos apreciar a paisagem novamente.
O quarto dia é o mais curto e o mais delicioso também. São aproximadamente 4 Km apenas até a chegada na Porta do Sol que dá a vista de toda a cidade de Machupicchu. De lá até a cidade sagrada são apenas mais uns 2 Km e pronto! Objetivo alcançado.
Para chegar na porta do sol temos que enfrentar um paredão tão íngreme que ficamos quase em posição de escalada e precisamos usar as mãos para subir. Isso sem contar que são centenas de pessos subindo junto cada uma querendo chegar primeiro do que as outras, mas correu tudo bem.
Chegamos à porta do sol por volta de 06:30h e a cidade de Machupicchu ainda estava encoberta pelas nuvens. 7 minutos mais tarde as nuvens se dispersaram e pudemos ter a vista almejada durante todos esses dias e acreditem! Vale muito a pena. Mesmo sem sol (que deixa tudo mais bonito ainda) a vista é estonteante e ver isso pensando que vencemos todos os obstáculos que tivemos até ali torna tudo mágico. Sentamos e passamos vários minutos em silêncio observando.







Grupo reunido, iniciamos nossa descida para entrar naquele santuário.




Pela trilha inca chegamos por dentro de Machupicchu mas temos que dar a volta e sair para guardar as mochilas. Tudo guardado, entramos novamente e iniciamos nossa visita aos templos sagrados e ouvimos todas as explicações de nosso guia que nos relatou desde a origem dos incas. A história encanta, mas as construções nos deixam perplexos. Pensar que tudo aquilo foi construído daquela maneira no ano de 1.500 d.c. sem nenhuma tecnologia conhecida nos dias de hoje é fascinante.



Ficamos horas admirando tudo aquilo e próximo das 11h nos despedimos do nosso grupo e dos nossos guias auxiliares, pois a turma de Minas Gerais iriam subir a montanha Waynapicchu que fica do lado de Machupicchu ainda naquele dia e sua entrada era até às 11h.




Após a despedida restou apenas nosso grupinho de todos os dias (Marcus, Mateus, Marcos, Suzan e nós) e nosso guia Ciro ainda continuou conosco por mais duas horas visitando o que restava, foi definitivamente muito mais divertido. Já tínhamos uma intimidade que nos deixava à vontade e estávamos muito felizes de ter chegado até ali, era só brincadeira e risos.





Nosso grupo
Da esquerda para a direita: Marcos, Pedro, Ju, Mateus, Suzan e Marcus

Por volta das 14h carimbávamos nosso passaporte e saíamos de Machupicchu, pegamos um ônibus até a cidade de Águas Calientes (25 minutos) e na cidade fomos direto a um restaurante onde estravam as malas que os carregadores levavam. Sentamos e pedimos uma Cusqueña (cerveja peruana) geladaaaaaa. Dois copos para cada foi suficiente para ficarmos quase bêbados e a diversão rolou solta.



Almoçamos muito bem e nos despedimos do Ciro que tinha que pegar o trem para Cusco. Já nós 6 ficamos para dormir em Águas Calientes porque subiríamos a montanha Waynapicchu somente no dia seguinte, com exceção da Suzan que não comprou o ticket da montanha, mas ficou conosco na cidade.
Fomos para os hotéis, tomamos um almejado banho quente maravilhoso, demorado e relaxante e dormimos um pouco para descansar. Meus tornozelos estavam completamente inchados e estávamos muito cansados.
Marcamos de nos encontrar de noite para jantarmos e fomos a uma pizzaria em que o funcionário que nos convidava na porta para entrar tinha um macaquinho no pescoço chamado Ricardo. Foi só alegria. Rimos muito e contamos causos. Nosso amigo Mateus é uma figura e tem uma cara caricatural que imita tudo, até o macaquinho ele imitava e rolávamos de rir.





Após horas de conversa nos despedimos e fomos descansar naquela cama macia e deliciosa.

Até a próxima...

terça-feira, 26 de junho de 2012

Trilha Inca - 3º dia

Olá...
Seguindo nosso caminho inca...

TERCEIRO DIA: CAMINHADA!

Apesar da história da noite anterior ninguém bateu em nossa barraca, ou se bateu não ouvimos porque simplesmente desmaiamos, rsrsrsrs... acredito que foi porque não sentimos frio dessa vez.
Novamente acordamos como o combinado e saímos para a trilha às 06:40h.



O terceiro dia é muito agradável se comparado aos outros dois, isso porque já não possuímos a ansiedade do primeiro dia e não é tão difícil como o segundo dia.



O caminho é mais plano do que íngreme, apesar de haver algumas subidas e algumas descidas e nesse dia visitamos três sítios arqueológicos, o que nos deu mais tempo para descansar.






Apesar da tranquilidade do caminho este é o dia mais longo. São 16 Km de caminhada, a qual se iniciou às 06:40h e terminou somente próximo das 17h. Apesar do caminho ser mais fácil o cansaço é iminente, são ao todo quase 39 Km somando todos os dias até aqui e passamos muito bem por esse dia graças ao nosso super mega ultra poderoso DORFLEX.
Dessa vez tivemos almoço normalmente próximo ao meio dia e como sempre foi delicioso. Caldo quente, frango frito, arroz, batata frita e dois tipos de salada.






Após 30 minutos de descanso voltamos à nossa jornada. O período da tarde foi um pouco mais puxado, mas superamos muito bem. Havia mais descidas e algumas um pouco íngremes, porém, enfim adquiri uma certa prática para descer os degraus mais depressa e pudemos adiantar nossa chegada ao último sítio arqueológico há 20 minutos de nosso acampamento.



Nosso colega catarina (Marcos) nos deu um pouco de emoção descendo os degraus correndo e tomando um tombo que o deixou com os pés para fora da montanha. Mas calma, não aconteceu nada demais a não ser uns raladinhos no joelho.
Em razão da maior facilidade do caminho pudemos conversar e rir bastante durante a trilha. Foi um dia muito divertido. Até "tai chi" a Suzan (que é de Hong Kong) ensinou para o Mateus, mas não nos pergunte como, pois ela não fala nada de português e ele quase nada de inglês. Chorávamos rindo ao ver o diálogo dos dois que ia de francês a chinês. É a diversidade na Montanha!



Esse dia o acampamento foi em um local bem grande onde ficam todas as equipes que estão na montanha e nos perdemos no camping tentando achar nossas barracas. Mas nada que 20 minutos não resolvesse.
Decidimos tomar banho de chuveiro nesse dia, porém não havia chuveiro quente como sempre. Mas mudamos de idéia assim que ligamos o chuveiro. Primeiro o banheiro não é um exemplo de limpeza e segundo porque a água era tão fria que doía. Juro! Onde a água batia chegava a doer de tão frio. Assim, resolvemos apenas lavar a cabeça e continuar com nosso banho de lencinho umedecido que até então estava dando muito certo.
Após o pseudo banho tomamos café e um pouco mais tarde jantamos.
Após a janta tivemos um momento muito especial, a despedida dos carregadores. Foi quase uma festa onde todos eles vieram até a barraca da janta e pudemos saber seus nomes, quantos filhos e o que cada um carregou. Confesso que fiquei emocionadíssima com tudo aquilo. Ver aquelas pessoas totalmente cansadas por terem carregado todas as nossas coisas até ali, lembrar da maneira que os vimos subindo entre nós na montanha alguns até de sandálias e após tudo isso ainda se dedicarem tanto a nós, nos servindo da melhor maneira possível superando todas as expectativas de todos nós. Eram os primeiros a levantar e os últimos a dormir.
Nos reunimos e cada um de nós deu uma contribuição em dinheiro (em torno de 10 dólares) e os entregamos ao cozinheiro que é o chefe do grupo para dividir com os demais. Agradecemos muito, aplaudimos e apertamos suas mãos. Enquanto todos sorriam eu chorei. Chorei de gratidão pelo que fizeram, de emoção pela despedida, mas absolutamente de tristeza de saber que ganham tão pouco para fazer tanto.



Nos despedimos deles no terceiro dia porque eles não podem entrar em Machupicchu em razão do peso das bagagens. Nem mesmo nós pudemos entrar, é preciso guardar as mochilas e entrar sem bagagem. Por conta disso o quarto e último dia começa mais cedo que os demais.
O combinado da noite: No dia seguinte levantaríamos às 03:30h, devíamos sair das barracas o quanto antes, no máximo às 04:00h, tomar o café e ir bem rápido para a fila do controle que libera nossa passagem para o último trecho da trilha que termina em Machupicchu. Os carregadores deviam desmontar as barracas e recolher as bagagens e descerem cerca de 500 metros para tomar o trem que vai para a cidade de Águas Calientes às 05:00h. Por isso não podíamos atrasar.
Fomos para a barraca para nossa última noite na trilha inca.

Até a próxima...

Trilha Inca - 2º dia

Olá...

Continuando nossa trilha...

SEGUNDO DIA: SUPERAÇÃO!!!

Nosso segundo dia começou como o combinado na noite anterior, às 05:30h estávamos levantando e às 06:40h estávamos saindo para a trilha após um café da manhã bem reforçado.

Esse é o dia mais difícil de toda a trilha. São 30 minutos de caminhada quase plana até um outro sítio arqueológico na montanha, depois mais 45 minutos de subidas e descidas até nosso ponto de descanso. Deste ponto em diante a trilha é massacrante, o esforço é inimaginável e o desgaste físico nos deixa exaustos.

Segundo ponto de descanso

São aproximadamente 2 horas de subida íngreme quase toda de degraus de pedra irregulares até o próximo ponto de descanso. Chegamos lá completamente suados e cansados, sem fôlego em razão da altitude, para completar é muito frio nesse trecho da montanha de modo que não podemos nos desabrigar, ficamos completamente suados e encasacados. Após esse trecho as coisas ainda pioram um pouco, são mais 2 horas de subida ainda mais íngreme onde o ponto de descanso é o topo da montanha e a maior altitude que atingimos durante toda a trilha, 4.125m de altitude.



Descansando um pouco


Chegada no pico


Chegar ao topo é não só uma realização pessoal, uma superação física, mas nos dá também um sentimento de que podemos alcançar nossos objetivos, sejam eles quais forem. Ficamos lá acompanhando as outras pessoas que vem chegando vagarosamente e dando força a cada um. É muito gratificante.

A exaustão deste dia é tamanha que há pessoas que choraram durante a trilha, há aqueles que ficaram de muito mal humor, há quem não conversava mais, há quem ficou para trás, há quem chegou bem na frente. É uma provação para qualquer ser humano, mas no topo a felicidade é unânime.

Nesse dia começamos a nos sentir como uma família de verdade. Mesmo com nossas diferenças, mesmo não nos conhecendo de verdade nos apoiamos uns nos outros para superar nossos obstáculos.

Tiramos foto do grupo no topo, com exceção de nossos colegas paranaenses (Marcus e Mateus) e do catarinense (Marcos) que ficaram um pouco para trás e iniciamos nossa descida. O acampamento ficava há aproximadamente 2 horas de descida e acreditem, a descida era tão íngreme quanto a subida em alguns pontos.

Descer é relativamente mais fácil, a respiração flui, mas os degraus muito altos nos cobram muito dos joelhos e tornozelos, considerando o esforço feito anteriormente, o vento muito forte e frio que vinha de encontro e o fato de ainda não termos almoçado, pois há 3.800 m de altitude para cima nosso organismo não está acostumado a comer e seguir fazendo tanto esforço, portanto almoçamos apenas no acampamento, a descida se torna um pouco menos agradável do que deveria.


Chegamos ao acampamento aproximadamente às 14h e uma hora mais tarde estávamos almoçando uma refeição deliciosa. Tivemos a tarde livre para descansarmos, quase a maioria foi dormir e tivemos cerca de uma hora de chuva que deixou o sono ainda mais relaxante. Às 16h chegaram nossos colegas que ficaram para trás e após a soneca passamos longas horas conversando.

Descanso merecido

Fizemos uma amizade carismática, formamos nosso grupo tão consistente quanto o dos mineiros, na verdade ainda mais consistentes. A partir desse segundo dia nós 6 (Marcus, Mateus, Marcos, Suzan e nós dois) passamos a ficar mais próximos e a compartilhar nossas experiências. Foi um dia de cansaço, amizade, alegria e superação e podemos encher o peito e dizer: SIM, NÓS SOBREVIVEMOS!!!!

Após conversas, risadas, café da tarde e jantar nosso guia Ciro (um cara muito bacana que nos divertiu muito durante toda a trilha que foi apelidado de Antônio Banderas andino e também de tiririca) nos contou uma história de terror que assombrava aquele acampamento.

Ciro, nosso guia

Diz o guia que há alguns anos quando subia com um grupo grande que havia alguns franceses, houve uma festa regada a vinho para comemorar o aniversário de um deles naquele acampamento do segundo dia e no dia seguinte os franceses não acordaram no horário que chamaram.Após alguns minutos um guia auxiliar foi até a barraca e a abriu encontrando a mesma toda ensanguentada e ninguém por lá. Chamaram a polícia e o grupo seguiu a trilha enquanto o Ciro ficou para resolver tudo. Três dias depois encontraram o corpo de uma das francesas sem a cabeça e a partir daquele dia conta-se que por volta de meia noite alguém bate nas barracas de noite e mesmo que se abra não encontram ninguém. Dizem que é a francesa procurando por sua cabeça.

A história divertiu alguns e amedontrou outros (como eu que na noite anterior tinha ido ao banheiro exatamente por volta da meia noite e fiquei com tanto medo de acordar com vontade denovo que fiz o Pedro cortar uma garrafa para o caso de necessitar, rsrsrsrs.... Mas não foi preciso felizmente) e fomos todos dormir com esse desfecho fenomenal para um dia tão exaustivo.

domingo, 24 de junho de 2012

Trilha Inca - 1º dia

Olá...

Primeiramente queremos dizer para todos aqueles que acharam nossa viagem um completo programa de índio que poderão ver nos próximos posts a estrutura, a aventura e a maravilha que foi termos feito a trilha. As fotos mostrarão apenas uma idéia do que realmente aconteceu por aqui, mas saibam que na verdade é impossível contar todas as experiências apenas por escrito.

Vivemos não só uma aventura, mas também um aprendizado. Temos certeza que cada um passa pela trilha inca com uma impressão. Para alguns é uma aventura, para outros um esporte, para outros até mesmo uma provação. Mas para nós com certeza foi, além de tudo isso, um aprendizado de que podemos superar nossos limites, sermos melhores conosco mesmo e com os outros e principalmente aprendemos o que é conviver e depender uns dos outros nos momentos que não podemos contar com mais ninguém. Nosso grupo se tornou uma família completa e cada um teve sua importância nela.

Vamos começar os relatos então...

PRIMEIRO DIA: DESCOBRIMENTO!!

Acordamos cedinho na terça-feira, dia 19/06/2012, e como já contei no post "Saída para a Trilha Inca" tomamos café, fizemos o check out e pegamos o ônibus. Depois de nós ainda havia muitos passageiros para pegar e após embarcar o último foi a vez de buscarmos a equipe de carregadores e cozinheiro. Todos a bordo partimos para a cidade de Olantaytambo que fica há 1hora e meia mais ou menos de Cusco onde paramos por 25 minutos para comprarmos algo mais que houvesse faltado e para pegarmos nossos últimos dois passageiros.

O grupo ao todo foi formado por 17 passageiros e 17 carregadores, também chamados de porteadores. Dos 17 passageiros 11 eram amigos de Minas Gerais que viajavam juntos, até camiseta "Machu picchu 2012" eles fizeram, os 6 restantes eram nós dois, dois paranaenses (concunhados), um catarina e uma chinesa de Hong Kong (que falava inglês). Dali partimos para o Km 82, local de início da trilha, onde separamos as malas que iriam com os carrregadores (a minha por exemplo), tomamos um lanchinho e começamos a nossa aventura.



Passamos por um controle onde carimbamos nosso passaporte e apresentamos nosso ticcket de entrada, atravessamos a ponte e já iniciamos com uma subida um tanto quanto íngreme, que nos mostrou o que nos esperava nos próximos dias e já nos fez suar com o esforço. Mas nesse momento a ansiedade e a curiosidade de saber como tudo seria fez o cansaço se dispersar mais que depressa.



O primeiro dia não era muito pesado, como iniciamos a subida por volta de 10:00h, caminhamos até às 14:00h aproximadamente e paramos no primeiro acampamento para almoçar. Aí foi nossa primeira surpresa!! O acampamento é uma organização tão impressionante que nos deixou de boca aberta. Os carregadores saem sempre na nossa frente e como possuem prática sobem a montanha muito mais rápido. Assim, chegam nos acampamentos primeiro, montam as tendas, mesas, bancos, colocam a mesa com todos os talheres, guardanapo, pratos e começam a fazer a refeição.

Quando chegamos sentamos todos juntos em uma mesa enorme e almoçamos. O cardápio é realemnte surpreendente considerando que estamos na montanha. Entrada: caldo quente. Prato principal: arroz, batata frita, hamburguer de frango e salada de pepino, vagem e cenoura. Por fim ainda nos servem um chá para a digestão e no primeiro dia claro que foi de coca. Mais que a diversidade da comida ficamos perplexos também com o sabor. Todas as refeições foram muito saborosas!!!



Barrigas cheias tivemos 30 minutos de descanso e continuamos nossa caminhada. O primeiro dia compreende aproximadamente 11 a 12 quilômetros e como há subidas, descidas e lugares planos, o cansaço não é tão grande, isso somado a ansiedade do início deixa tudo mais agradável. A vista é maravilhosa e passamos por vários pontos de descanso onde há pessoas que moram na montanha que nos vendem água, refrigerante, até cerveja.


Fizemos uma parada de alguns minutos em um sítio arqueológico para explicações e de lá seguimos caminho até nosso primeiro acampamento que aconteceu no pátio da casa dos moradores da região. Dessa vez ainda tínhamos até energia elétrica. Tivemos um "happy our" com pipoca, chá e bolachinhas e fomos nos instalar nas barracas que já estavam montadas quando chegamos.



O que mais nos impressionou foi, com certeza, os carregadores. São pessoas de jovens a já bem experientes (tinha uns com cabelos brancos) que chegam a carregar 30 Kg de bagagem nas costas em bolsas às vezes nada apropriadas para isso. Levam as bagagens de quem pagou, a comida, as bebidas, as mesas, barracas, bancos, talheres e até o botijão de gás. É impressionante e ao mesmo muito triste, pois descobrimos que cada carregador ganha 170 soles pelos 4 dias de subida, o que equivale a aproximadamente R$130,00.


Jantamos, tomamos um chimarrão com nossos novos amigos paranaenses e fomos dormir. O acordo do dia seguinte: Seríamos acordados às 05:30h, deveríamos estar com as mochilas prontas e fora das barracas até às 06:00h, tomaríamos café da manhã até às 06:30h e 06:40h já estaríamos de volta à trilha. O pequeno detalhe é que à noite faz muito frio e mesmo dormindo com nossas roupas e nos sacos de dormir com isolantes ainda passamos um pouco de frio.




Até o segundo dia...

Abraços.