domingo, 1 de julho de 2012

Salar de Uyuni - 3º dia

Olá...
Vamos ao terceiro e último dia no deserto...

Nenhum despertador tocou e fomos acordados pelo guia às 05:30h (30/06/12), na verdade o grupo foi acordado porque eu dormi muito pouco, quase nada, pois não consegui me aquecer de jeito nenhum. Todos acordaram com frio, aquele frio que o pé congela e deixamos de sentir os dedinhos. Com certeza chegamos a -20º durante a noite e de manhã devia estar em torno de -15º.
Tomamos café da manhã, basicamente chá quente e panquecas, carregamos o carro e partimos por volta de 06:30h.

Definitivamente foi o dia mais frio de todos os que já passamos, Bagé perde de goleada na comparação. Mas existem as vantagens, o cenário é maravilhoso. Encontramos um deserto com aspecto de aridez absoluta, mas as estradas estavam cobertas de gelo e o contraste encanta.



Nosso primeiro destino foram os geiseres, nasscentes termais que estão em erupção durante todo o dia em razão da região vulcânica, o vapor exalado chega a 90º. Mas o primeiro "geiser" visitado é artificial, na verdade é um canal que foi gerado em razão de escavações em busca de água, de modo que não se encontrou água, apenas gases. Por esse motivo podemos nos divertir nele e foi muito divertido.








Dos geiseres fomos visitar as águas termais, que brotam da terra em uma temperatura de aproximadamente 35º, tudo em razão das lavas vulcânicas existentes na região. É um fenômeno curiosíssimo. Fora estava cerca de -10º e na água cerca de 35º. Há uma "piscina" ali e é permitido aos turistas tomar banho e acreditem, quase todos estavam na água de biquínis, calções, depois saíam se secavam e se vestiam como se fosse verão. Cada louco com sua mania... Preferimos apenas olhar e o máximo que fizemos foi tirar as luvas e colocar as mãos, melhor, os dedos na água. Melhor preservar nossa rica saúde.






Seguindo, fomos visitar as lagoas que mudam de cor, no caminho uma pequena parada no que chamam de "Deserto de Dalí", fotografamos as montanhas que foram eternizadas nas telas do pintor Salvador Dalí.




Enfim, a primeira das lagoas foi a Laguna Blanca que com o vento movimenta os minerais existentes e muda de cor ficando de cristalina a esbranquiçada. Mas quando chegamos à lagoa tivemos uma surpresa, ela estava completamente congelada, portanto, nada de mudanças de cores.




Após a Laguna Blanca fomos tentar nossa sorte na Laguna Verde, que também produz o mesmo efeito de mudanças de cores oscilando entre verde claro e esmeralda. Infelizmente o inverno foi rigoroso demais e também a Laguna Verde estava congelada. Tudo bem que não pudemos ver o fenômeno das cores, mas acredito que poucos puderam ver as Lagunas assim, completamente congelada como uma pista de patinação.



Superfície congelada

A Laguna Verde é a última atração em nosso caminho de ida pelo deserto, após essa lagoa andamos mais alguns minutos e chegamos à fronteira com o Chile, onde as meninas do nosso grupo, exceto eu claro, tomaram o ônibus para São Pedro de Atacama no Chile, de lá iniciamos nossa volta para Uyuni.


A volta leva cerca de 8 horas dependendo das condições da estrada. Saímos da fronteira às 10h e viajamos por cerca de duas horas e meia quase sempre por entre as montanhas em estradas pedregosas. O caminho de volta é diferente do de ida e não passamos pelo salar novamente. Paramos em um povoado onde almoçamos por volta de 12:30h e logo reeiniciamos a viagem. Apesar de dentro da copa onde almoçamos ainda estar frio, nesse momento já fazia bastante calor, a ponto de ficarmos apenas com uma roupa leve.


Pelo caminho vimos criações de muitos animais típicos da região como vicunhas, alpacas e lhamas e também ovelhas e porcos, todos com laços coloridos que servem para identificar a quem pertencem, tudo muito arcaico e interessante.
Paramos uma vez mais em um último vale de pedra para fotografarmos e guardar uma última lembrança desse lugar de visual tão estonteante e de clima tão extremo. O sentimento é um só, o de que valeu muito a pena.




Chegamos em Uyuni próximo às 17h, cansados mas satisfeitos. Mal imaginávamos o que nos esperava.
Assim que chegamos uma senhora entregou ao nosso guia nossas passagens de volta para La Paz e descobrimos que era exatamente para a mesma companhia em que havíamos vindo. Ocorre que havíamos pago para a proprietária da agência 150 bolivianos por cada para que comprasse passagens de outra companhia melhor. Imediatamente questionamos as passagens e pedimos para falar com a tal proprietária, mas a espertinha estava viajando. Fomos encaminhados para a agência para que aguardássemos para tentarmos resolver o caso. Nesse momento já estávamos P... da vida, era mais uma mentira da boliviana sem vergonha. Tudo bem que não somos tão ingênuos para acreditar que ela não ganharia nada comprando nossas passagens, sabíamos que ela poderia estar cobrando um pouco a mais, mas estávamos pagando pela comodidade de garantir nossos lugares na volta em um ônibus melhor, afinal são 11 horas de viagem.
Após alguns minutos a senhora chegou para nos explicar o porque daquela passagem, não aceitamos a explicação e nesse momento eu já tinha ido até as companhias e descobri que todas as passagens custava apenas 100 bolivianos. Então lhes demos duas opções, ou devolver os 300 bo para comprarmos nós mesmos as passagens, ou ficaríamos com as passagens daquela companhia se ela nos devolvesse os 100 bo que nos cobrou a mais.
Por incrível que pareça conseguimos a diferença de volta e ficamos com as passagens que pelo menos já estavam compradas e garantiam nossa volta ainda naquele dia que era tudo o que queríamos.
Pegamos nossas mochilas e fomos procurar um restaurante para jantarmos, já que o ônibus saía apenas às 20h. No restaurante ainda tínhamos tanta raiva da boliviana mentirosa que escrevemos um bilhete a ela dizendo, em resumo, que era por causa de pessoas desonestas como ela que o turismo na Bolívia não era mais evoluído. Informamos que a agência dela seria citada no site dos mochileiros (consultados por todos que fazem mochilão no Brasil) como não recomendada, enfim, deixamos claro que ela era muito sem vergonha. Atiramos o bilhete por baixo da porta, pegamos o ônibus e partimos de volta à La Paz.
A volta foi em partes melhor do que a ida, principalmente porque estávamos em um assento comum sem barreiras apertando as pernas. O problema da volta é que a parte sem asfalto do deserto é no início, quando estamos bem acordados e é assustador. O motorista afunda o pé no acelerador e o ônibus vai perambulando, saltando, passando por buracos, fazendo curvas fechadas num sacolejo sem fim e com um barulho que com certeza ultrapassaria qualquer limite de decibéis, repentinamente ele freia bruscamenbte e temos toda a certeza que ele está prestes a bater de frente, mal reduz a velocidade já volta a acelerar e esse ritmo se repete por cerca de 5 horas. Em algum momento adormecemos e entre acordar e dormir chegamos a La Paz às 6:10h de domingo (1º/07/12). Pegamos um hotel e descansamos.

Um comentário:

  1. Oh mo Deuse!!! Tadinho dos meus pequenos... tão sofridinhos!!! Passando frio, sendo ludibriado pela boliviana... Acho que já está na hora de voltar pra casinha da mamãe e da sogrinha!!! PROMETO CUIDAR MUITO BEM DE VCS!!! Aqueço bem o quarto, faço uma comidinha bem gostosinha...e não deixo ninguém passar a perna em vcs!!!rsrsr

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