domingo, 17 de junho de 2012

Dia em La Paz e chegada em Copacabana!

Olá!!!!!

Em razão de alguns acontecimentos não pudemos postar, mas seguem alguns posts com a narrativa de todos os últimos dias.

Continuando nosso roteiro e após todos os imprevistos que passamos enfim conseguimos embarcar em Santa Cruz de La Sierra na quinta-feira (14/06/12). Mas não antes de mais alguns acontecimentos curiosos que conto a seguir: primeiro o Pedro pediu em um dos restaurantes do aeroporto se seria possível nos conseguir um pouco de água quente (para tomarmos um chimarrão) e prestativamente a atendente lhe serviu um copo de 400 ml de água quentinha... kkkkk...; depois tive o prazer de ser demoradamente xingada por uma boliviana local que não gostou de ver uma brasileira dormindo nas poltronas do aeroporto, isso porque haviam dezenas delas vazias para sentar; e por fim, pouco antes do vôo o Pedro resolveu provar o primeiro chá de coca em um simpático café chamado "Brazilian Coffee" e após vários minutos se deliciando descobrimos que na verdade era chá de camomila... kkkk...


Fatos passados embarcamos para La Paz. A chegada na cidade foi linda! Como o vôo era noturno ver de cima a cidade alta com todas aquelas luzes foi realmente bonito. Pegamos um táxi para nosso hotel, uma corrida de 30 minutos por incríveis 60 bolivianos (R$17,65).
Nosso hotel era simples, mas bem aconchegante, comemos uma pizza, tomamos banho e desmaiamos sem chances de escrever no blog pelo cansaço.


E foi aí que as coisas começaram a ficar ruins para mim....
Me acordei por volta de 4:30h de sexta-feira (15/06/12) com um mal estar terrível, basicamente era muita náusea. Com o passar do tempo as coisas foram piorando e comecei a sentir muita dor de cabeça também. Logo pude identificar, fui acometida pelo famoso mal agudo de montanha ou mal de altitude que se manifesta em quase 80% dos turistas e é uma reação à aclimatação do corpo na altitude. Basicamente os sintomas são: dor de cabeça constante e muito intensa, fortes náuseas, vômito, dores pelo corpo e completa falta de apetite. Experimentei todas essas sensações e só após tomar as "Sorocho pills" (comprimidos específicos para combater esse mal) e um mate de coca comecei a melhorar (por volta de 10 da manhã).
Fomos para o comércio de La Paz, mais especificamente para a Avenida Ilampu famosa por possuir várias lojas de materiais para trekking, onde precisávamos comprar os equipamentos para a subida em Machupicchu. Ao final dessa avenida entramos na Rua Tumusla que possui uma infinidade de lojas de roupas, sapatos, gêneros alimentícios e artesanato por preços absolutamente baixos.

Onde está a Ju??

Após horas de caminhada e subidas que nos deixam literalmente sem ar paramos para tomar um chá de coca em uma espelunquinha, porém a única que encontramos por perto e o Pedro até se arriscou a comer uma saltenha sabor coentro, como podem ver nas fotos a seguir, já eu com meu querido mal de montanha preferi não arriscar.

Pedro saindo da pastelaria ("espelunquinha")

A cidade é uma loucura absurda, dá para se divertir apenas observando a rotina do dia, são carros buzinando e parando em qualquer lugar nas ruas, pessoas atravessando pelo meio dos carros, muita sujeira... Curiosamente enquanto esperava o Pedro do lado de fora do câmbio vi uma “Chola”, que é como se chamam as mulheres de identidade indígena que se vestem de modo interessante e peculiar, bem tradicionais na Bolívia e no Peru e que carregam uma manta nas costas onde levam tudo que precisam carregar chamado de “Awaio” (não sei como se escreve), perto desta Chola ouvi uns grunhidos que pareciam um choro, mas bem abafado, após um tempo a Chola virou o manto para frente e foi abrindo e abrindo os panos que tinham lá dentro e charammmm!!! Saiu um bebê de lá do meio de tudo aquilo.

Mas ao mesmo tempo possui vistas muito lindas.

Vista da cidade alta de La Paz

Terminamos as compras por volta de 15h e fomos buscar nossas bagagens no hotel e de lá nos encaminhamos para o Cemitério General de onde saem os ônibus e vans para a cidade de Copacabana às margens do Lago Titicaca.


Tomamos o ônibus às 16h para uma viagem de 4 horas, além de pequeno e apertado foi lotado, até com pessoas de pé.

O caminho até Copacabana é uma imagem desoladora que mistura um solo árido quase sem vegetação, imensa pobreza das famílias que moram à beira da estrada e a tentativa dos animais sobreviverem àquelas adversidades. A situação é tão triste que uma boliviana que viajava ao nosso lado começou a contar a realidade do lugar e chorou contando os casos de mortalidade infantil e baixa expectativa de vida. Até uma boliviana sem pernas se arrastando pelo chão de terra batida ajudando na agricultura o Pedro viu. Todo esse cenário contrasta com o Lago Titicaca de um imenso azul ao fundo e a Cordilheira com seus picos cobertos de gelo somados ao pôr-do-sol que torna toda essa imagem inesquecível.

Mas infelizmente não posso mentir... eu não vi quase nada disso, pois meu querido mal de altitude resolveu me visitar novamente e dessa vez foi MUITO pior. O ônibus pequeno, a estrada estreita e muito ruim e a grande quantidades de curvas transformaram tudo em um liquidificador, e como chacoalhava!!!

Tive náuseas estonteantes e muita dor de cabeça e o pior, não havia banheiro no ônibus. Foram 3 horas de desespero e achei realmente que não conseguiria agüentar até desembarcarmos. Eis que no auge de tudo o ônibus parou e as pessoas começaram a desembarcar e senti um imenso alívio, havíamos chegado! LEDO ENGANO!!! Devíamos desembarcar para tomarmos um barco que nos levariam até a outra margem do lago de onde ainda continuaríamos a viagem. Por sorte o motorista do ônibus nos deixou ficar no veículo desde que fizéssemos silêncio absoluto e fechássemos as cortinas para não nos verem e o que era alívio se tornou mais agonia. Atravessamos pela balsa dentro do ônibus e podem imaginar o que isso pode significar para uma pessoa com náuseas.

Pôr-do-sol na travessia da balsa


Enfim chegamos em Copacabana, desembarcamos e tomamos o primeiro táxi para o primeiro hostel que nos indicaram, o Pedro encontrou uma farmácia onde comprou Sorocho pills e nos serviram um chá de coca. Tomei tudo e curti minhas dores por mais umas 4 horas quando enfim, pegamos no sono.

O mais importante de tudo isso é pensar pelo lado positivo. O mal de altitude se manifesta cerca de 2 a 3 dias, podendo chegar até 5 dias. Nosso 5º dia na altitude será segunda-feira e nossa subida em Machupicchu será na terça-feira. Portanto, acredito que tive sorte!

Abraços...

5 comentários:

  1. To achando que é muito chá de coca hein!
    ahahaha

    Está ficando muito bom o blog... Escreves muito bem...

    Melhoras Juh. E muito chá de camomila pro Pedrão... poh, q sacanagem!

    Um grande quebra costela pra vcs!!!

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  2. O remédio devia ser chamado de SOCORRO... te cuida Ju... bj bj
    Aproveitem

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  3. Queridos compadres, estamos juntos curtindo e sofrendo com vcs! Adoramos as postagens! Beijocas com coca pra vcs!

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  4. Oi Ju, apesar de escreveres muito bem e levar com muito humor, confeço q estou com peninha de ti, vais chegar muito magrinha só a base de chá de coca...rsss
    Bjão e melhoras!

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  5. Queridos... Imaginando só as diferentes emoções que tem passado por aí! Força... vcs conseguem!!!kkkkkkk
    Tirem fotos da rotina, do povo....como da Chola... Ajuda a viajarmos na imaginação destes textos incríveis!!! Bjão!!! Melhoras JUju!!!

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